27 setembro 2005

Termina hoje em Bona a Conferência Internacional das Energias Renováveis em que os governantes deverão acordar um plano concreto.
Termina hoje em Bona, a Conferência Internacional das Energias Renováveis, “Renewables 2004”. No fim deste congresso, representantes de governos de 150 Estados deverão acordar um plano de acção concreto. O objectivo é conseguir que as energias de fonte renovável representem metade do consumo mundial a partir de 2050.
Segundo um estudo recente do instituto norte-americano independente, Worldwatch, nos últimos cinco anos, o consumo de energia eólica e solar triplicou em todo o mundo. A Alemanha, o Japão, a Dinamarca e a Espanha encontram-se no pelotão da frente dos países que fomentam as chamadas energias alternativas. O relatório frisa os benefícios ecológicos, como a redução de emissões poluentes, e laborais, como o desenvolvimento de novas tecnologias, que resulta na criação de novos postos de trabalho.
O aumento considerável do preço de crude nos últimos meses vem reforçar o argumento dos defensores da energia renovável. Tanto mais que existem estudos que apontam para uma possível nova crise do petróleo dentro de poucos anos. Muitos cientistas prognosticam um esgotamento das reservas mundiais a partir de 2016, o que levará a um aumento drástico dos preços do ouro negro, com consequências catastróficas para a economia mundial. Actualmente, são consumidos 80 mil milhões de barris de petróleo por dia, com tendência crescente.
Embora o preço da energia tenha aumentado em flecha em Portugal, as renováveis continuam a não ter ‘lobby’. Um relatório recente da Comissão Europeia aponta Portugal e a Grécia como os membros da UE que mais contribuem para o fracasso previsível de uma das metas comunitárias: elevar o consumo europeu das energias alternativas para 12% do total em 2010.
Nos Estados Unidos da América, onde o litro de gasolina chegar a custar menos do que uma garrafa de água mineral, os cálculos apontam para um aumento do consumo em 50%, nos próximos 20 anos. Mas também outras fontes tradicionais de energia, como o carvão, representam um problema por serem findáveis, demasiado caras na produção e de efeito nefasto para o meio-ambiente. E nos países em vias de desenvolvimento, onde as populações dependem muitas vezes da madeira como única fonte de energia para cozinhar, ou seja, sobreviver, a destruição das florestas e a desertificação ameaçam tornar-se num problema para o mundo inteiro. (fonte Diário Económico)