21 novembro 2005

States continuam a controlar a Internet

Foi o acordo possível na Cimeira Mundial da Sociedade de Informação, que decorre em Tunes, na Tunísia.

A escolha do país é controversa. A Tunísia tem sido acusada de violação dos direitos humanos e de perseguir pessoas apenas por expressarem opiniões na Internet. É na capital da Tunísia que decorre, no entanto, a Cimeira Mundial sobre a Sociedade de Informação, com 1 200 delegados de quase todo o mundo.

O principal tema deveria ser o acesso das populações mais desfavorecidas à Internet. Mas, na prática, a grande discussão tem sido em torno da sua governação.

O ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers) gere os computadores que “orientam” a Internet, as máquinas de topo que permitem que um programa de navegação encontre a página desejada noutro computador ou que o correio electrónico chegue ao seu destinatário. Gere os chamados domínios de topo como o .com ou .org, também atribui aos países a sigla correspondente (como .pt). Como exemplo, o ICANN assegura que Portugal, e só Portugal, use o domínio de topo .pt, mas a sua gestão “interna” fica a cargo da FCCN (Fundação para a Computação Científica Nacional).

Manter tudo na mesma, manter a gestão de topo das moradas na Internet em mãos norte-americanas garante para já que tudo continua a funcionar bem. Embora seja uma pequena derrota para a União Europeia.

Mas a verdadeira razão porque continua na mão de uma organização norte-americana é que os norte-americanos assim o exigem, e ninguém teve poder suficiente para lhes fazer frente.

(Artigo do Jornalista Lourenço Medeiros)