17 dezembro 2005

Somos maus Pagadores

Portugal lidera o ranking dos maus pagadores
Entidades públicas pagam as suas facturas com um atraso médio de 87 dias e são os principais incumpridores

As empresas em Portugal são as mais penalizadas da Europa na hora de receber as facturas, com uma média de atraso de 87,5 dias, sendo o Estado o principal responsável, segundo um estudo da Intrum Justitia.
A Intrum Justitia, empresa de serviços de gestão de
créditos, avalia semestralmente os riscos de crédito em vários países europeus.
Segundo os dados da empresa, os maiores atrasos nos pagamentos são da responsabilidade das entidades públicas (87 dias), seguida pelas empresas (34,2 dias) e particulares (22,6 dias).

No índice de risco de Outono de 2004, o prazo
médio de pagamentos era de 85,3 dias, menos 2,2 dias relativamente ao valor actual.
Também a taxa de incobráveis sofreu um aumento, passando de 2,9%, no Outono de 2004, para 3%, em 2005.
As empresas portuguesas têm mesmo os valores de incobráveis mais elevados da Europa Ocidental, enquanto as menores taxas se situam na Finlândia, Suécia e Itália.

O aumento do prazo médio de pagamentos e o agravamento da taxa de incobráveis traduzem um acréscimo do índice de risco para 188 pontos, contra os 186 pontos verificados no Outono de 2004 e os 184, registados no semestre anterior.
Segundo a tabela da Intrum Justitia, este valor torna "é imperativo introduzir alterações".
Portugal é assim o país com maior índice de risco, bem longe da Finlândia (126 pontos), líder da tabela dos 17 países analisados.
Segue-se Irlanda (139 pontos), França (148 pontos), Letónia, Suíça e Reino Unidos, todos com 150 pontos.
Acima dos 160 pontos, surgem a Lituânia e Espanha (ambos com 161 pontos) e República Checa (171 pontos).

De acordo com o estudo da Intrum Justitia, a actual gestão de créditos das empresas portuguesas ainda se baseia numa política onde os fornecedores muito raramente recorrem aos meios legais existentes para forçar os devedores atrasados ou incumpridores.
Conforme refere o relatório, os custos provocados por devedores atrasados ou incumpridores são usualmente suportados pelos agentes cumpridores ou pelos próprios fornecedores, dependendo de os custos serem ou não incorporados nos preços. (in Jornal Região Sul)