22 março 2006

Exploração de petróleo no Algarve

A futura exploração de petróleo na costa algarvia vai ser tema de debate no Instituto Universitário D. Afonso III (INUAF). Peritos, empresários e políticos vão dar corpo ao colóquio, no próximo dia 5 de Abril.
O colóquio será devido em dois painéis, o primeiro será constituído pelos Engenheiros Baganha Fernandes e Nelson Sousa, peritos em marés negras, Patrick Monteiro de Barros, empresário internacional, Elidérico Viegas, presidente da direcção da AHETA e a empresa concessionada REPSOL YPF. Ramiro Santos, jornalista da TSF será o moderador.
O segundo painel conta com a participação de Campos Correia, presidente da CCDR-Algarve, dos deputados da Assembleia da República José Mendes Bota e Hugo Nunes e pelo vice-presidente da AMAL, Seruca Emídio. Conceição Branco, directora do Observatório do Algarve e jornalista do jornal Expresso vai moderar este debate.
Em cima da mesa está a exploração de petróleo na costa algarvia. O Governo vai atribuir a concessão de dois blocos de exploração de gás ao largo do Algarve a um consórcio formado pela espanhola Repsol (75%) e a alemã RWE (25%).
A concessão visa a exploração de gás nos blocos 13 e 14 do Sotavento algarvio, enquanto a revista Exame refere que a concessão de exploração petrolífera já foi autorizada por um despacho interno do Ministério da Economia que apenas espera formalização do secretário de Estado adjunto da Indústria e Inovação.
A publicação mensal noticia que os blocos 13 e 14, localizados a 200 metros de profundidade, vem retomar o concurso de exploração de hidrocarbonetos na costa portuguesa, que teve início em 2002, com a vitória do consórcio Repsol e RWE, mas foi interrompido em 2003, por decisão do então ministro da Economia, Carlos Tavares.
De acordo com a mesma fonte, o governante entendeu ter havido má condução do processo por parte da entidade responsável, o Instituto Geológico e Mineiro (IGM), mas nunca chegou a proceder à anulação formal do concurso.

O Petróleo
Ainda que se tenha formado há milhares de anos, somente se começa a utilizar há uns 200 anos.
O petróleo é uma substância oleosa de cor escura composta de hidrogénio e carbono, a que se dá o nome de hidrocarboneto. Pode achar-se no estado líquido ou no estado gasoso. No estado líquido é chamado “crude”, e no estado gasoso, gás natural.
A origem é do tipo orgânico e sedimentar. Formou-se em resultado de um complexo processo físico-químico no interior da terra, que, devido à pressão e às altas temperaturas, decompõem-se as matérias orgânicas que estavam formadas especialmente por fitoplâncton e zooplâncton marinhos, assim como matéria vegetal e animal, que se foram depositando no passado, nos leitos de grandes lagos, mares e oceanos. A isto uniram-se rochas e mantos de sedimentos. Ao longo do tempo esta sedimentação transformou-se em petróleo e gás natural.
Em 1852, o físico e geólogo canadiano Abraham Gessner registou uma patente para conseguir do petróleo “crude” em combustível para lanternas, o querosene.
Em 1955, o químico americano Benjamim Silliman publicou uma lista sobre os derivados úteis que se poderiam obter pela destilação do petróleo.
A industria petrolífera começa em 1859, quando Edwin Drake perfurou o primeiro poço para extrair petróleo, com a finalidade de obter querosene em abundância para a iluminação. Na Rússia perfuram-se os primeiros poços entre 1806 e 1819. no Canadá e na Alemanha começam as perfurações em 1857.
Foi comercializado pela primeira vez em 1850, quando Samuel Kier, um boticário de Pittsburg, Pennsylvania, vendia-o com o nome de “óleo de rocha” ou “petróleo”.
A seguir começou a expandir-se a industria do petróleo, que foi avançando cada vez mais até se converter em elemento essencial para o desenvolvimento industrial e económico actuais.
Os principais produtores são o Reino Unido, Noruega, México, Rússia e Estados Unidos, que é o maior consumidor. Os países árabes têm uma grande reserva petrolífera, que está na mira dos países “desenvolvidos”.
O petróleo constitui uma das mais importantes matérias primas que se negoceiam, com preços regulados internacionalmente.
Encontra-se no subsolo de certas zonas da terra, a diferentes profundidades.
A perfuração realiza-se com equipamento integrado, constituídos por torres de perfuração, tubagens, brocas, sistemas de bombagem e claro, força motriz para perfurar.
O petróleo possui uma grande variedade de compostos, que faz com que se realizem mais de 2000 produtos.
O petróleo pode classificar-se em parafínico, naftalínico, asfáltico e aromático.
Os derivados são combustíveis e petroquímicos, como o polietileno. Citam-se entre outros: gasolina, querosene, gasóleo, gás propano, benzina, fuel oil, disolventes, asfalto, polietileno, ceras, parafinas, naftas, gás natural, benzeno.
Estes combustíveis causam contaminação na produção, no transporte e pelo uso, já se tem alertado sobre os perigos da chuva ácida, o efeito de estufa e os derrames nos mares e oceanos.