10 abril 2006

Combater a Desertificação no Algarve

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve leva a efeito no próximo dia 18 de Abril, a partir das 15:00 horas, uma conferência subordinada ao tema "Combater a Desertificação no Algarve - Quais os objectivos? E é possível atingi-los?".

Esta iniciativa, realiza-se no auditório da CCDR, em Faro (Praça da Liberdade), pretende sensibilizar para os riscos da desertificação na região algarvia, nas suas diferentes dimensões e promover o debate com a sociedade civil e os técnicos da instituição, sobre as formas de a combater.

O Algarve é uma das regiões da Europa mais fortemente afectada pela desertificação. Ao todo, calcula-se que existam dois terços do território regional a merecer uma intervenção urgente para combater a degradação do solo, o abandono das terras e a ausência de população.
Ainda não tem pirâmides nem camelos, mas metade da região já é quase considerada um verdadeiro deserto. A pior seca das últimas seis décadas, os incêndios que assolaram a região nos últimos anos e o crescente abandono da população, contribuem - e muito - para a desertificação. Os especialistas advertem que se trata de um processo sem retorno e que poderá pôr em causa o futuro do Algarve.
Quem visita o Algarve pela primeira vez até pode ficar confuso com as disparidades que se encontram dentro de uma região com apenas 5000 km2. Em questão de poucos minutos, qualquer pessoa pode transitar de uma zona tremendamente cosmopolita, como os ambientes que se vivem nas cidades de Albufeira, Portimão e Faro, para um local que parece completamente parado noutros tempos, verdadeiramente medievais, como a maioria das freguesias de Aljezur, Monchique ou Alcoutim, só para citar alguns dos muitos exemplos.
É mesmo corrente afirmar-se na região que existem dois algarves que nada têm em comum, a não ser o elo cartográ-fico: o interior tenta resistir à decadência, enquanto o litoral dedica-se a 100 por cento a «ordenhar» a «vaca leiteira» do turismo.