29 junho 2006

Alterações climatéricas na Europa

Um relatório efectuado por seis países europeus, revela que, futuramente, o Norte vai passar a ter um clima mais moderado, enquanto que a zona mediterrânica vai ser alvo de variações climatéricas insuportáveis.

Ao longo dos últimos três anos, seis países europeus, entre os quais Portugal, efectuaram um relatório sobre as mudanças climatéricas na Europa e o seu impacto no futuro.
Através de modelos computorizados de representações da atmosfera, do oceano e do solo, os investigadores conseguiram chegar à conclusão de que a Europa vai sofrer fortes alterações, uma vez que as temperaturas vão aumentar significativamente. O relatório revela que as ondas de calor vão ficar mais quentes e vão durar mais tempo. Por outro lado, as estações frias vão tornar-se muito mais curtas. No entanto, na maioria dos países, haverá um aumento de chuva no Inverno, com elevado risco de inundações e poluição na água. Quanto às temperaturas, no Norte, os dias abaixo dos 0º C irão diminuir para 4 meses. Também nestas zonas irão verificar-se Invernos muito secos. Já no Sul da Europa e no Mediterrâneo vão viver-se épocas de seca prolongadas e reduzidos períodos de chuva. Na Europa Ocidental, prevê-se um aumento do número de tempestades severas no Inverno.

Para além das previsões generalizadas sobre o impacto do clima no dia-a-dia dos europeus, os cientistas analisaram a influência do mesmo em seis sectores da economia: Turismo, Água, Agricultura, Silvicultura, Energia e Segurança de Propriedade. De acordo com o relatório, o Turismo vai sofrer mudanças significativas, uma vez que, por exemplo, nas férias de Verão as zonas do Norte da Europa vão ser as opções viáveis em detrimento das zonas do Mediterrâneo.
As altas temperaturas, a seca e as mudanças do tempo de estações vão também modificar a Agricultura, principalmente no Sul. Os cientistas acreditam que os meses do denominado "período em flor" podem atingir temperaturas muito altas. Por outro lado, vastos períodos de chuva irão afectar a altura das sementeiras, alterando todos os estágios de desenvolvimento.

Como também já se tem vindo a registar, o clima tem um forte impacto na Silvicultura. Um exemplo disso, foi o fogo florestal que arrasou meio milhão de hectares no Mediterrâneo, em 2003, com uma estimativa de custo para a economia europeia entre 1000 a 5000 euros por hectare. O mesmo se tem vindo a passar em Portugal, onde, nos últimos anos – e este não tem sido excepção -, vários fogos de grandes dimensões têm deflagrado em praticamente todo o país. Infelizmente, e de acordo com os investigadores, devido ao aquecimento global os fogos florestais irão aumentar.