24 janeiro 2006

Oito em cada dez alunos portugueses usam computador em casa

Oito em cada dez alunos portugueses utilizam computador em casa, estando Portugal entre os países cujos estudantes têm a atitude mais positiva em relação a este meio informático, de acordo com um relatório de uma organização internacional.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgou hoje um relatório sobre a utilização de computadores por estudantes de 15 anos e o seu desempenho escolar.

O estudo "Are students ready for a tecnology-rich world" fornece os primeiros dados comparativos internacionais nesta área, baseados na avaliação do desempenho educacional dos jovens feita pelo programa da OCDE PISA (Programme for International Student Assessement) de 2003.

De acordo com o estudo, os estudantes de Portugal encontram-se entre os que têm uma atitude mais positiva em relação aos computadores, juntamente com a Áustria, o Canadá, a Alemanha, a Islândia, a Coreia do Sul e a Polónia.

Os alunos com a atitude mais negativa relativamente aos computadores são os da Dinamarca, Finlândia, Hungria, Irlanda e Japão.

O mesmo relatório revela ainda que os alunos portugueses apresentam uma taxa de utilização de computadores em casa a rondar os 80 por cento, a par de países como a Finlândia, a Áustria, a Nova Zelândia, a Suíça ou a Alemanha.

Contudo, no que respeita ao uso de computadores na escola, Portugal apresenta uma taxa de utilização entre as mais baixas - inferior a 40 por cento - tal como a Finlândia, a Suíça ou a Alemanha.

Ainda relativamente a este aspecto, e em termos globais, o relatório destaca que em média cerca de três em cada quatro estudantes nos países da OCDE utilizam computadores em casa várias vezes por semana.

No Canadá, na Islândia e na Suécia este número sobe para nove em cada dez estudantes.

Em contrapartida, apenas 44 por cento dos estudantes dos países da OCDE usa frequentemente computadores na escola.

Em alguns países a discrepância é marcante, como no caso da Alemanha, que tem a percentagem mais baixa de utilização frequente de computador na escola (23 por cento), mas uma grande proporção de utilizadores frequentes em casa (82 por cento).

O relatório indica também que apesar de o acesso a computadores nas escolas ter aumentado nos países da OCDE, em alguns as oportunidades de acesso dos alunos a este meio informático ainda são bastante limitadas.

É o caso de Portugal, que se encontra em 28ºlugar numa lista de 39 países, com uma média inferior a um computador por aluno.

Eslováquia, Polónia, Letónia, Tailândia, Uruguai, Indonésia, Turquia, Sérvia, Rússia, Brasil e Tunísia são os países que ficam atrás de Portugal nesta matéria.

O relatório conclui que os estudantes que são utilizadores de computadores tendem a apresentar um melhor desempenho nos temas escolares fundamentais, do que aqueles que têm uma experiência limitada ou falta de confiança nas suas capacidades para utilizar as funções básicas do computador.

Os alunos que utilizam computadores há vários anos revelaram um desempenho a matemática superior à média, em contraste com aqueles que não têm acesso a computador ou que o utilizam há pouco tempo.

De acordo com o estudo, alunos que utilizam computador há menos de um ano (dez por cento do total da amostra) ficaram muito abaixo da média da OCDE, ao passo que aqueles que o utilizam há mais de cinco anos (37 por cento do total) situaram-se bastante acima da média.

O relatório revela ainda que os estudantes fazem uso dos computadores em casa para várias funções e não apenas para jogar.

As raparigas são menos confiantes do que os rapazes na utilização das funções do computador, especialmente em tarefas de nível mais elevado, como programação ou apresentações multimédia, e tendem a utilizar os computadores com menos frequência.
(in Observatório do Algarve)