[... continuação de Algarve 1 - origens]
Em 1241 Lagos e Silves são conquistadas definitivamente pelos cristãos, comandados D. Paio Peres Correia, mestre da Ordem de Santiago. Em 1249, no reinado de D. Afonso III de Portugal, o Algarve fica totalmente conquistado pelos portugueses. Desde então, e até à proclamação da República, em 1910, os monarcas portugueses passaram a ostentar o título de "Rei de Portugal e dos Algarves".
O contributo da cultura árabe na Península Ibérica foi marcante na arquitectura, agricultura e técnicas de rega, artes de pesca e de construção naval, literatura, matemática e geografia, bem como na maneira de ser e fisionomia das gentes, e em mais de 600 vocábulos na língua portuguesa.
Esta região do Algarve tem novo ressurgimento com o estabelecimento das bases, na primeira metade do século XV, pelo Infante D. Henrique, da exploração marítima e comércio da costa ocidental africana e ilhas atlânticas. Os conhecimentos náuticos obtidos pela expansão marítima e exploração da costa ocidental africana, ficaram conhecidos por "Escola de Sagres". Para organizar o comércio atlântico, foi estabelecida a Casa da Guiné e da Mina, em Lagos, onde também se estabeleceu o primeiro mercado de escravos. Após a morte do Infante, em 1460, a Casa da Guiné e da Mina foi transferida para Lisboa.
Facto marcante da história económica do Algarve foi, a partir dos finais do século XIX, aproveitando a abundância de peixe nas suas costas, o estabelecimento de uma nova indústria, trazida por italianos e franceses, a das conservas de peixe. Os produtos oriundos do mar, bem como a cortiça, os frutos secos e os citrinos, foram a base das produções do Algarve, até que, a partir da década de sessenta, após a abertura do Aeroporto de Faro, e até hoje, o turismo e todas as actividades correlacionadas, se tornaram numa das principais actividades económicas da região.
"Um paraíso", escreveu no seu diário sobre o Algarve, o primeiro turista, em 1801, o inglês Robert Southey, preso em Lagos por vagabundagem.
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